Diário do Comercio | Escassez de insumos agrava situação do Vale da Eletrônica

Diário do Comercio | Escassez de insumos agrava situação do Vale da Eletrônica

Escassez de insumos agrava situação do Vale da Eletrônica

O Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, continua registrando perdas em função da falta de abastecimento de insumos. Desde o ano passado, o setor enfrenta graves problemas com a compra e entrega de componentes eletrônicos, semicondutores e chips importados.

Além da falta, os prazos das entregas programadas estão prolongados, em alguns casos demorando cerca de 250 dias. Empresas da região têm recorrido ao mercado paralelo, que, dosadamente, tem estoque, porém os preços chegam a ser de nove a 14 vezes mais caros.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto, não há previsão para a regularização da oferta de insumos e com os custos mais caros a cada dia, não é possível estimar como será o desempenho do setor neste ano.

“O abastecimento do Vale da Eletrônica não está normalizando e as empresas estão reféns da importação da matéria-prima, precisamos comprar chips, semicondutores e muitos outros itens e não há oferta regular”.

Ainda segundo o presidente da entidade, as empresas fabricantes de matérias-primas recebem o pedido e fazem a programação de entrega conforme convém para elas. “Fazemos pedidos de 500 a 1.000 peças e, dependendo do item, atende com 30% a 40% do pedido e em prazo duas a três vezes maior. A entrega do volume restante é efetuada gradativamente em prazos mais longos. Muitos insumos têm uma programação de entrega a partir de 90 dias e outros de até 250”.

Para garantir parte do abastecimento e as empresas funcionando, a opção é comprar itens no mercado paralelo. Segundo o representante do Sindvel, as empresas têm encontrado estoque dosadamente, mas com preços de nove a 14 vezes mais caro do que as entregas programadas.

“O encarecimento no processo produtivo fez com que as empresas ficassem sem condições de fazer qualquer tipo de planejamento e de custo. Está muito complicada a situação”.

Outro fator que tem impactado negativamente são as novas variantes do Covid-19 na China, o que tem provocado fechamentos em indústrias e, consequentemente, prejudicando a oferta de produtos. “A China é um país forte no fornecimento de produtos para o mundo interior e com a instabilidade fabril, devido a novos surtos do Covid-19, aumenta a falta de insumos”.

Em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, Roberto de Souza explica que os impactos são sentidos em todo o mundo e em todos os setores e que o prolongamento do conflito pode ser muito prejudicial.

“A guerra está impactando no mundo inteiro  e nas economias geralmente. Se o conflito permanecer, realmente o dano será grande e globalizado”.

Câmbio

Outro desafio é a oscilação do dólar. Segundo o presidente do Sindvel, as oscilações, tanto de valorização quanto de desvalorização, são prejudiciais para as indústrias. Isso porque compram insumos com uma cotação e vendem com outra.

“As oscilações saem da linha de programação. A compra feita há 30 dias, com o dólar de R$ 5,70 a R$ 5,90 tem uma programação para o valor de venda do produto. Chegando agora, contabilizaremos o dólar a R$ 4,60. Como faremos a tabela de preços? Toda vez que o dólar se movimenta, traz danos econômicos”.

Em relação ao desempenho do setor em 2022,  Roberto de Souza prefere não fazer estimativas, já que a instabilidade vivida na economia e no setor ainda são grandes, assim como os desafios em relação ao abastecimento e aos custos.

Segundo ele, diante tantos desafios vividos nos últimos anos, principalmente, em função dos impactos da pandemia nos mercado e na produção, as empresas do setor estão empenhadas  em encontrar soluções nacionais, reduzindo a dependência das importações.

“Nos apertos e nas dificuldades encontramos novas alternativas e opções. O Brasil, de 20 meses para cá vem trabalhando, fortemente, na busca pela nacionalização de matéria-prima, desenvolvendo produtos para a independência, esse é o nosso desafio. Precisamos buscar a autossuficiência e no Vale da Eletrônica só se faz isso”, disse.

Fonte de pesquisa, disponível em: https://diariodocomercio.com.br/economia/escassez-de-insumos-agrava-situacao-do-vale-da-eletronica/ ,   clique aqui, para ler na íntegra.

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